Num momento de crise econômica, pela qual o país passou e ainda sente uns respingos, um setor que não foi impactado foi o cooperativismo de crédito. Pelo menos essa é a conclusão da UNICRED do Brasil, que viu crescer seu número de associados em torno de 7% em junho deste ano, ante o mesmo período do ano passado, o que demonstra o bom desempenho do setor, independentemente do cenário econômico. Hoje, a UNICRED possui mais de 187 mil associados.
Somente nos primeiros seis meses de 2017, o ativo total da UNICRED foi de R$ 10,1 bilhão, 18,4% a mais do que o mesmo período do ano anterior. A liquidez atingiu o patamar de R$ 5 bilhões, um incremento de 38,3% ante os números do primeiro semestre do ano passado.
Além das taxas praticadas pelas cooperativas de crédito, que são bem inferiores às cobradas pelo sistema financeiro tradicional, outro ponto que merece destaque no sucesso neste segmento é o relacionamento com os cooperados. Na contramão dos bancos, que estão fechando agências e apostando no relacionamento virtual com seus clientes, as cooperativas estão inaugurando novas unidades e personalizando o atendimento ao seu público.
Na UNICRED, por exemplo, a transformação digital também está presente, no entanto, a instituição não abre mão de se relacionar com os cooperados pessoalmente, pois eles possuem um sentimento de pertencimento muito grande ao seu negócio. Claro, a função dos pontos de atendimento também evoluiu. Os cooperados não vão mais a esses locais somente para pagarem uma conta ou fazerem um depósito. Eles buscam uma consultoria, um atendimento diferenciado e exclusivo. A ideia de chegar ao local e ter um funcionário à disposição para sanar dúvidas, orientar, indicar melhores investimentos e resolver suas pendências ainda atrai muita gente. É importante que o cooperado se sinta dono do negócio, que ele tenha a percepção de que não é apenas um cliente a mais, ele tem de saber que ele é parte daquele todo.
Outra questão que contribui para o crescimento do cooperativismo de crédito e demonstra a solidez do setor é a taxa de inadimplência, também muito menor à dos bancos. Atualmente, na UNICRED, esse número é de 2,98%, enquanto no sistema financeiro tradicional gira em torno de 5,62%. Os números demonstram a força do cooperativismo de crédito e indicam que os associados percebem que é muito vantajoso concentrar suas transações financeiras na UNICRED.
De acordo com informações do Banco Central, em 2016, o cooperativismo de crédito fechou o ano com R$ 211 bilhões em ativos, R$ 106 bilhões em operações de crédito, R$ 126 bilhões em depósitos e R$ 35 bilhões em patrimônio líquido. Se comparados a 2006, os ativos evoluíram 711%, as operações de crédito cresceram 715%, os depósitos 740% e o patrimônio líquido 483%. Esse cenário tende a permanecer positivo, com mais pessoas migrando para o cooperativismo de crédito e fazendo essa roda gigante girar num movimento virtuoso.
Fernando Fagundes – CEO da UNICRED do Brasil